sábado, 10 de setembro de 2011

O que Deus espera de nós?

Pe. Paulo Homero Gozzi


Qual era a intenção de Deus, com que propósito criou a humanidade? Teria algum plano, algum projeto para nós? Afinal, o que Ele espera de nós? Ninguém pode duvidar que a vontade de Deus é ver seus filhos unidos. Não existe tristeza maior para um pai do que ver seus filhos desunidos... Dizia-me um pai: “Tenho um desgosto muito grande quando vejo meus cinco filhos brigando. Eles não se entendem, cada um foi para um lado, não se falam mais. Não foi para isso que os criei com tanto carinho e dedicação. Quando converso com eles vejo que cada um se julga com a razão e conhece perfeitamente os defeitos e os erros dos outros...”

Eu fico imaginando: se um pai sofre tanto vendo os filhos separados, como estará o coração de Deus, que é o Pai perfeito, vendo guerras que não acabam mais? É guerra entre pessoas, guerra dentro das famílias, guerra entre nações... A finalidade da Igreja, discípula e continuadora da missão de Cristo, é ser modelo, exemplo de união para todo o mundo. A Igreja é o sinal visível, o sacramento da unidade entre todos os povos. O mundo deveria buscar a unidade tendo como modelo a Igreja, que se espelha na unidade do Deus Trindade.

Quando vejo cristãos que não querem a unidade com os outros cristãos, pelo contrário, alimentam a separação, insistem e aguçam as diferenças, agredindo verbalmente os outros, eu tenho certeza de que não crêem em Cristo, sua profissão de fé é mentirosa. Diz João Paulo II em sua Carta Ut unum sint, no nº. 9: “Acreditar em Cristo significa querer a unidade; querer a unidade significa querer a Igreja; querer a Igreja significa querer a comunhão de graça que corresponde à intenção do Pai desde toda a eternidade. Este é o significado da oração de Cristo: ‘Que todos sejam um’”.

Diante da realidade de um mundo cada vez mais descrente, cada vez mais materialista, o cristão verdadeiro deve se convencer de que não há nada mais urgente do que procurar a unidade com seus irmãos de outras Igrejas e comunidades, para que o mundo possa crer. Não adiante inventar métodos novos de evangelizar de forma isolada, sem pensar no testemunho conjunto com outros cristãos. Se decidirmos já a trabalhar juntos, ainda que nossa comunhão não seja completa, os meios para evangelizar se multiplicarão. Reconhecendo que temos o mesmo batismo, a mesma graça, o mesmo Espírito e somos filhos do mesmo Pai, comecemos a trabalhar juntos. A união vai acontecer na ação e não na discussão. É o que Deus espera de nós!

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