sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O ecumenismo hoje: uma reflexão teoecológica


Por ocasião do 6º Encontro de Agentes para o Ecumenismo (Mutirão Ecumênico) , promovido pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e Conselho Latino-Americano de Igrejas – CLAI, com a participação de agentes ecumênicos dos estados do RS, SC, PR e SP, a revista IHU On-Line dedicou uma edição ao ecumenismo hoje, em perspectiva teoecológica.

Os palestrantes do Mutirão colaboram nesta edição. Para o teólogo Erico Hammes, professor da PUCRS, a identidade, também religiosa, só é possível na consciência de si frente a alguém. É construída a partir da não identidade, ou seja, da alteridade. Já o teólogo especialista em ecumenismo e sacerdote católico Paulo Homero Gozzi defende que a espiritualidade ecumênica nos leva a ser honestos com nós mesmos, com os irmãos e com Deus, já que uma identidade sadia não se perturba ao ver a beleza da verdade presente nos outros. O teólogo e assessor do moderador do Comitê Central do CMI, Marcelo Schneider, explica que é preciso superar uma certa redução da agenda ecumênica ao nível das relações institucionais ou de canais de diplomacia e cordialidade entre iguais. Nesse contexto, defender a criação é uma consequência natural do deslumbramento com o seu esplendor e também uma decorrência do conhecimento de um sem-número de ameaças à sua plena manifestação, aponta o ecologista Arno Kayser.

domingo, 18 de setembro de 2011

Solidariedade ao povo catarinense

Foto: James Tavares / SECOM
A equipe e participantes do Mutirão Ecumênico, realizado nos dias 26 a 28 de agosto de 2011 em São Leopoldo/RS, solidarizam-se com o povo de Santa Catarina em vista das tragédias naturais que mais uma vez se abatem sobre o povo catarinense.
As chuvas que caíram no final de agosto e início deste mês de setembro castigaram o Estado, ocasionando enxurradas, alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra. Milhares de pessoas ficaram desalojadas e desabrigadas e outras entraram em óbito. Os efeitos da catástrofe que mais uma vez se abate sobre Santa Catarina apresentam várias vertentes: as irreparáveis perdas humanas e os graves problemas de degradação e descaso ambiental.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Planejamento do Mutirão Ecumênico 2013 - Convite

CONVITE

Encontro de avaliação do Mutirão Ecumênico - Sulão VI, realizado em São Leopoldo e encaminhamento do próximo Mutirão Ecumênico a ser realizado no Paraná em 2013.


Data: 06 de outubro de 2011, às 19:30
Local: CEBI-PR (Pça. Rui Barbosa, 599, Auditório da Livraria Paulus, em cima da livraria) - Curitiba/PR


Objetivo: relatos do Mutirão Ecumênico - Sulão VI; discutir e encaminhar o próximo Mutirão Ecumênico em 2013.

Cada igreja, movimento ou instituição é convidada a estar presente, especialmente: ICAR, IECLB, IEAB, MOVEC, MECUM, MEL, REJU, FOCOLARES, CEBI-PR e pessoas que participaram do Mutirão Ecumênico em São Leopoldo.

Contato: P. Evandro Meurer

P.S.: O encontro para novembro como planejado ao final do Mutirão em São Leopoldo permanece agendado. A intenção agora é aproveitar a passagem do Edison Costa (Equipe do Mutirão Ecumênico - Sulão VI) por Curitiba e antecipar algumas discussões.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cúpula dos Povos da Rio+20: não deixemos passar a hora!

Por Cândido Grzybowski*
Isto é um grito de angústia e um apelo. Só a cidadania mobilizada e com propostas pode impedir um fracasso anunciado de mais uma conferência da ONU. A sustentabilidade da vida e do planeta depende de nós, cidadãs e cidadãos do mundo, que temos a Terra e suas diferentes formas de vida a compartir entre todos, hoje e com gerações futuras, respeitando a sua integridade. Devemos agir enquanto é tempo para mudar de rumo e evitar o pior em termos de destruição ambiental e impacto social do desenvolvimento atual.

sábado, 10 de setembro de 2011

O que Deus espera de nós?

Pe. Paulo Homero Gozzi


Qual era a intenção de Deus, com que propósito criou a humanidade? Teria algum plano, algum projeto para nós? Afinal, o que Ele espera de nós? Ninguém pode duvidar que a vontade de Deus é ver seus filhos unidos. Não existe tristeza maior para um pai do que ver seus filhos desunidos... Dizia-me um pai: “Tenho um desgosto muito grande quando vejo meus cinco filhos brigando. Eles não se entendem, cada um foi para um lado, não se falam mais. Não foi para isso que os criei com tanto carinho e dedicação. Quando converso com eles vejo que cada um se julga com a razão e conhece perfeitamente os defeitos e os erros dos outros...”

Eu fico imaginando: se um pai sofre tanto vendo os filhos separados, como estará o coração de Deus, que é o Pai perfeito, vendo guerras que não acabam mais? É guerra entre pessoas, guerra dentro das famílias, guerra entre nações... A finalidade da Igreja, discípula e continuadora da missão de Cristo, é ser modelo, exemplo de união para todo o mundo. A Igreja é o sinal visível, o sacramento da unidade entre todos os povos. O mundo deveria buscar a unidade tendo como modelo a Igreja, que se espelha na unidade do Deus Trindade.

Quando vejo cristãos que não querem a unidade com os outros cristãos, pelo contrário, alimentam a separação, insistem e aguçam as diferenças, agredindo verbalmente os outros, eu tenho certeza de que não crêem em Cristo, sua profissão de fé é mentirosa. Diz João Paulo II em sua Carta Ut unum sint, no nº. 9: “Acreditar em Cristo significa querer a unidade; querer a unidade significa querer a Igreja; querer a Igreja significa querer a comunhão de graça que corresponde à intenção do Pai desde toda a eternidade. Este é o significado da oração de Cristo: ‘Que todos sejam um’”.

Diante da realidade de um mundo cada vez mais descrente, cada vez mais materialista, o cristão verdadeiro deve se convencer de que não há nada mais urgente do que procurar a unidade com seus irmãos de outras Igrejas e comunidades, para que o mundo possa crer. Não adiante inventar métodos novos de evangelizar de forma isolada, sem pensar no testemunho conjunto com outros cristãos. Se decidirmos já a trabalhar juntos, ainda que nossa comunhão não seja completa, os meios para evangelizar se multiplicarão. Reconhecendo que temos o mesmo batismo, a mesma graça, o mesmo Espírito e somos filhos do mesmo Pai, comecemos a trabalhar juntos. A união vai acontecer na ação e não na discussão. É o que Deus espera de nós!

Desenvolvimento (ecologicamente) sustentável!

Arno Kayser

Desenvolvimento sustentável é um termo muito falado, hoje em dia, sempre como o mais desejável para garantir a proteção da natureza. Mas seria ele um conceito que corresponde aos anseios do Movimento Ecológico?

Analisando este conceito vemos que ele surge como uma diferenciação do conceito de desenvolvimento. O último um conceito da modernidade que procura descrever a ocupação de territórios de modo a incorporá-los no processo produtivo econômico e criar ambientes para uma vida humana moderna.

Conceito influenciado por um contexto positivista que pregava o desenvolvimento como altamente desejável, pois significava que a região e seus moradores haviam atingido um padrão de renda e uma vida de conforto e tranqüilidade. Nesta mesma visão o destino final de todas as nações. Tanto que o mundo foi dividido em países e territórios desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

Nos anos sessenta, esta visão otimista, começou a ser questionada. Paralelo à geração de riqueza e as zonas de ótimas condições de vida, foram surgindo também grandes focos de concentração de miséria e espaços degradados pelos processos produtivos e os resíduos da civilização.

Os crescentes problemas ambientais e o crescimento da população miserável puseram em cheque o conceito de desenvolvimento. É neste momento, ainda no âmbito das ciências econômicas, que surge a idéia do desenvolvimento sustentável. Um conceito que pregava a noção de um modo de vida e produção que garantisse as necessidades das atuais gerações sem comprometer as necessidades das gerações futuras.

A primeira vista um conceito muito claro, mas que dá abertura a muitas interpretações. Do ponto de vista de uma grande corporação desenvolvimento sustentável é àquele que garante a produção atual sem comprometer a produção futura da empresa. Caso a empresa trabalhe com papel e produza celulose hoje sem comprometer a capacidade futura de produção da empresa então é desenvolvimento sustentável. Se a equação não considera o bioma deslocado pelas árvores plantadas, populações retiradas de seus territórios tradicionais ou mesmo uma empresa concorrente, mesmo assim, do ponto de vista desta suposta corporação será visto como desenvolvimento sustentável.

Do ponto de vista de uma nação pode se fazer uma interpretação parecida. Se meu país vai bem, no presente e nosso modo de vida atual não atrapalha as perspectivas de vida das futuras gerações desta pátria então o é desenvolvimento sustentável. Mesmo que possa significar problemas ambientais e econômicos em outras nações.

Pode se ver que desenvolvimento sustentável é um conceito antropocêntrico, calcado na idéia de que qualidade de vida é uma decorrência direta de altas produções econômicas. No fundo uma variante pouco consistente do velho conceito de desenvolvimento para aplacar consciências quando as suas responsabilidades como geradores de miséria e degradação ambiental pelo mundo afora.

A questão, do ponto de vista ecologista, é que o conceito de desenvolvimento sustentável vem sendo justamente interpretado, principalmente sob uma ótica econômica relacionada à perpetuação dos atuais processos produtivos sabidamente concentradores de riqueza e degradadores da natureza. Mais tenuemente ele é aceito na perspectiva da reprodução no tempo de certas organizações sociais economicamente privilegiadas. Pouco mais que uma simples cosmética retórica para ocultar a cara feia da nossa situação atual.

Ainda estão fora desta visão a grande maioria da população humana e todas as demais formas de vida do planeta que não são úteis aos processos produtivos atuais. Por isto é que no seio do Movimento Ecológico falamos em desenvolvimento ecologicamente sustentável.

Um conceito que visa à construção de vários modelos de vida interdependentes e complementares entre si que resultem em processos produtivos que visem, em primeiro lugar, a perpetuação de todas as formas de vida do planeta dentro de um patamar de plena existência para as atuais gerações sem comprometer as mesmas possibilidades para as futuras gerações.

A primeira vista não parece muito diferente do anterior, mas o conceito de desenvolvimento ecologicamente sustentável pede um olhar diferente para todo o planeta. Ele deixa claro não ser toleráveis todos os problemas sociais e ambientais atuais. Ao contrário aponta que eles são uma prova cabal de que as boas intenções dos que pregam o desenvolvimento sustentável ainda não compreenderam o verdadeiro dilema contemporâneo e não estão, de fato, dispostos a criar um novo paradigma que considere todos os aspectos da existência da vida na Terra e faça frente às ameaças criadas pelo paradigma da modernidade a sua continuidade no tempo.

Ainda temos muito por fazer para construirmos uma sustentabilidade dentro desta perspectiva para as atuais e futuras gerações. Ainda precisamos desenvolver uma ética que enxergue a totalidade do planeta e todas as suas manifestações vitais. Uma ética que questione se precisamos mesmo de mais atividade econômica ao invés de concentrar nossos esforços em distribuir melhor a riqueza já gerada e reprogramar às bases como ela é produzida.

Em relação ao passado já evoluímos, na medida em que se reconhece que não basta só o desenvolvimento para trazer o equilíbrio às sociedades humanas e garantir a reprodução das demais formas de vida. Mas não podemos nos acomodar no conceito de desenvolvimento sustentável porque ele ainda esta contaminado da lógica desenvolvimentista do passado para o qual ele é um tênue contraponto.

O modo de produção da natureza sempre trabalhou em outras bases. Sempre primou pelo emprego ao máximo da diversidade, eficiência e complementariedade. Uma formula que mesmo perdendo algumas espécies pelo caminho tem sabido manter a vida na Terra. Processo já imitado, com muito sucesso, por várias formas de organização social humana no passado e no presente.

Quem sabe dedicar mais tempo a estes modelos possa nos inspirar e motivar para a construção de um conceito diferente de levar a nossa vida neste mundo tão bonito e rico de possibilidades.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

2ª Conferência livre da REJU é realizada em São Leopoldo (RS)


Daniel Souza

Foi realizada em São Leopoldo, entre os dias 26-28 de agosto, no Mutirão Ecumênico, a 2ª Conferência Livre da REJU. Esta articulação evidencia que as juventudes não podem ser vistas como um problema, mas como atores(atrizes) na mobilização, discussão e transformação de políticas públicas no Brasil.

Estiveram presentes jovens de distintas organizações: Rede Ecumênica da Juventude (REJU), Pastoral da Juventude (ICAR), Igreja Luterana (IECLB), Igreja Anglicana (IEAB), Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Trilha Cidadã, PASUNE, FUMEC, CLAI, EST, entre outras. Como síntese, foram apresentados desafios e propostas para as Políticas Públicas de Juventude a partir dos eixos do texto-base: direito ao desenvolvimento integral; direito ao território; direito à experimentação e à qualidade de vida; direito à diversidade e à vida segura; direito à participação. O material produzido será enviado para a Comissão organizadora da 2ª Conferência Nacional de Juventude: "Conquistar direitos, desenvolver o Brasil".

Para acessar as propostas: Carta "A Juventude Ecumênica e a efetivação de direitos".